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O “C” não só de Capitão

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Por Lucas Kina


Capitão e líder, Carlos Alberto Torres mudou conceitos, nos deu o Tri e marcou a memória de torcedores, companheiros de time, e principalmente dos adversários

Nascia em 17 de julho de 1944, na cidade maravilhosa, uma criança que um dia seria o maior capitão do futebol brasileiro e um dos maiores laterais-direito do mundo. 

Carlos Alberto Torres começou no tricolor das laranjeiras, o Fluminense. Apenas com 17 anos, já exercia sua liderança nata dentro de campo, dando broncas em companheiros de time com mais bagagem que aquele lateral alto e magricela. Personalidade forte, como a de qualquer líder, o menino distribuía palavrões à qualquer um que errasse um simples passe, cruzamento ou chute ao gol. 

Fugindo do estereótipo da posição em que jogava, Carlos Alberto mostrará que lateral também pode apoiar no ataque, sendo essa uma de suas características mais marcantes nos seus 20 anos de carreira no futebol. 


Pontapé Inicial

Estreou no cenário nacional no ano de 1962. Jogou apenas 2 anos pelo tricolor carioca, mas mesmo assim conseguiu conquistar o campeonato carioca de 1964. No ano seguinte, se transferiu para o lugar que seria sua casa por bons dez anos: O Santos Futebol Clube. 

O timaço da época, com Pelé, Pepe e companhia, acolheu muito bem o jovem lateral-direito. 

Esses anos tiveram um breve intervalo em 1971, quando defendeu o Botafogo, time em que jogou de zagueiro por um período de três meses, obtendo o vice-campeonato carioca daquele ano. Voltou ao Santos em 1972 e ficou na baixada até 1975, quando se transferiu para o clube que o revelou, o Fluminense, jogando o ano de 1976 lá. 

Em 1977, atuou no Flamengo apenas naquele ano, encerrando sua passagem por times brasileiros, totalizando quatro, com três cariocas e um paulista, e somando 12 títulos pelo futebol brasileiro. 

No resto da carreira, atuou no futebol norte-americano, se juntando a Pelé no New York Cosmos, depois no California Surf, Newport Beach. Por fim, encerrou sua carreira como campeão norte-americano em seu retorno ao Cosmos. Sua passagem pelos EUA durou seis anos, jogou em três clubes e ganhou três títulos do campeonato nacional, todos com o time Nova-Iorquino.


Seleção Brasileira

Na carreira internacional, Carlos Alberto começou na seleção brasileira jogando o pan-americano de 1963, competição que reunia apenas atletas amadores. Na Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra, foi cortado por um capricho do chefe da delegação, Castor de Andrade. Com a campanha vergonhosa e desclassificação precoce na fase de grupos, a seleção brasileira convocou o lateral-direito de personalidade forte para a copa de 1970, no México, cedendo-lhe a faixa de capitão da amarelinha mais querida do mundo. 

Decisivo não chega nem perto de descrever o que fez o menino carioca no Estádio Azteca, palco da final da Copa do Mundo de 70. 

Naquela tarde de junho do dia 21, o lateral-direito mostrou a importância de um capitão num jogo decisivo, como uma final de Copa. Assim, foi brilhante. Marcou o quarto gol do Brasil na goleada em cima dos italianos, escrevendo seu nome na história da seleção brasileira.

Levantou a taça do Tri e sagrou-se campeão do mundo por seu país.


Na memória 

O ex-jogador casou-se três vezes e teve dois filhos, ambos de seu primeiro casamento, trabalhou como comentarista dos canais Sportv no programa Linha de Passe recentemente.

Carlos Alberto Torres foi vítima de um infarto fulminante que aconteceu quando estava em sua casa, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. 

O capita se foi. De 26 de outubro de 2016 em diante, o futebol fica mais feio, menos vibrante e com aparência mais apática.

Os capitães morrem, mas não completamente.

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